terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O caso do urso “grolar”

Urso polar


A mudança climática está acelerando o processo de seleção natural e formação de novas espécies que Charles Darwin popularizou no clássico “A Origem das Espécies”.

Um exemplo é o chamado urso “grolar”, um cruzamento entre o urso-polar e o urso-pardo, cujo nome vem da conjunção das palavras “polar” e “grizzly” (como é conhecido o urso-pardo ou urso-cinzento, em inglês).

Esta nova espécie foi observada pela primeira vez em 2006, quando se confirmou que possuía matéria genético de ambas as espécies de ursos.


À esquerda o urso grolar


Segundo o cientista australiano James Watson, o fato está ligado à lei natural da sobrevivência. "Há muitas evidências de que várias espécies sofrerão mudanças como estas em decorrência da mudança climática.

Há cada vez mais evidências de que diferentes espécies, geneticamente similares, estão sendo forçadas a “fundir-se”, e não é surpreendente que a procriação consanguínea seja a causa disto", destacou em declarações à rede australiana ABC.

Já o jornal inglês Times afirma que o fato está ligado aos deslocamentos geográficos provocados pela mudança climática: os ursos-pardos estão se movendo para o norte, para territórios que antes eram demasiadamente frios para eles, e ocupando territórios dos ursos-polares, competindo por comida e também por fêmeas.


Ursos pardo e polar


Segundo a mesma publicação, um cientista da Universidade de Alberta, no Canadá, fotografou recentemente ursos-pardos na Ilha Melville, 1.600 quilômetros ao norte do Círculo Ártico, a localização mais setentrional onde já foram avistados ursos-pardos. Calcula-se que eles percorreram quase 100 quilômetros no gelo para chegar à região.

Até o momento, o comportamento das duas espécies é confuso: em alguns casos, eles se relacionam, e em outros, lutam. Isso demonstraria que os animais não sabem como se comportar diante de uma espécie diferente.

Enquanto alguns cientistas citados pelo Times afirmam que os estilos de vida diferentes dos ursos evitariam que as duas espécies se aproximem demais, outros acreditam que, de uma forma ou de outra (lutando ou se relacionando), a situação pode mudar muito para as duas espécies nos próximos anos. De qualquer forma, é mais um fato alarmante a chamar a atenção sobre os impactos da mudança climática.


"As metas de redução de emissões são muito baixas, há muitos estudos científicos demonstrando que temos de ter metas muito mais altas para enfrentar o problema climático de forma realista", destacou Watson no The Sidney Morning Herald .



Fonte: Planet Green/ Discovery

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