Imagem mostra uma artéria no cérebro de um rato; a parte verde é o líquido cefalorraquidiano
Neurocientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester (EUA)
descobriram um sistema de drenagem com o qual o cérebro elimina os
resíduos, segundo um estudo publicado na última quarta-feira (15) na Science Translational Medicine, que esperam que tenha aplicação na pesquisa dos males de Alzheimer e de Parkinson.
O sistema atua como se fossem encanamentos que aproveitam os vasos
sanguíneos do cérebro e parece realizar a mesma função no cérebro que o
sistema linfático no resto do corpo: drenar resíduos.
A autora principal do artigo e co-diretora do Centro de Neuromedicina
da Universidade de Rochester, Maiken Nedergaar afirmou que "a limpeza de
resíduos é de vital importância para todos os órgãos e há muito tempo
temos perguntas sobre como o cérebro se desfaz de seus resíduos".
"O trabalho demonstra que o cérebro está se limpando de uma maneira
mais organizada e em uma escala muito maior do que se tinha pensado
anteriormente", disse Nedergaard que expressou seu desejo de que a
descoberta sirva para tratar doenças cerebrais.
"Temos a esperança de que estes resultados tenham implicações para
muitas condições que afetam o cérebro, como lesões cerebrais por
traumatismo, o mal de Alzheimer, derrames cerebrais e o mal de
Parkinson", acrescentou.
A equipe de Nedergaard chamou o novo sistema de "o sistema glinfático",
já que atua de maneira similar ao sistema linfático, mas está
administrado pelas células do cérebro conhecidas como células da Glia.
A equipe fez o descobrimento em ratos, cujos cérebros são muito similares aos dos humanos.
Os cientistas apreenderam que o líquido cefalorraquidiano tem um papel
importante na limpeza do tecido cerebral, encarregado de levar os
produtos de resíduo e os nutrientes ao tecido cerebral através de um
processo conhecido como difusão.
O sistema recentemente descoberto circula por todos os cantos do
cérebro de maneira mais eficiente, através do que os cientistas chamam
de fluxo global.
"É como se o cérebro tivesse dois coletores de lixo - um lento que já
conhecíamos e um rápido que acabamos de conhecer", disse Nedergaard.
"Dada a alta taxa de metabolismo no cérebro e sua grande sensibilidade,
não é de se estranhar que seus mecanismos para se desfazer dos resíduos
sejam mais especializados e amplos do que se pensava", acrescentou.
Fonte: UOL
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