A presença de água nos vestígios de um asteroide flagrado pelo
telescópio Hubble, da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), sugere
que outros sistemas planetários abriguem diversos planetas com atmosfera
similar à da Terra.
A descoberta de astrônomos das universidades britânicas de Cambridge e
Warwick foi publicada na quinta-feira (10) na revista Science.
Os vestígios do asteroide orbitavam da anã branca GD 61, uma estrela
que está no ciclo final de existência, e continham grande quantidade de
água, sugerindo que a estrela viria de um sistema planetário com
planetas semelhantes à Terra - portanto, com potencial para abrigar vida
como conhecemos.
Essa é a primeira vez que água e corpo rochoso são achados juntos em um ponto além do Sistema Solar.
Os dois itens são tidos como "ingredientes-chave" para planetas com potencial para abrigar vida, destaca o estudo.
A composição do asteroide encontrado era de 26% de massa d'água.
Estima-se que ele venha de um sistema planetário distante 150 anos-luz
do ponto em que a estrela foi encontrada.
Já a água que ele
transportava, dizem os cientistas, aponta que ele seria parte de um
planeta já extinto, com pelo menos 90 quilômetros de diâmetro. Esse
planeta teria orbitado a GD 61 por volta de 200 milhões de anos atrás.
Para os pesquisadores envolvidos no estudo, essa é a primeira
"evidência concreta" de que existam planetas ricos em água para além do
Sistema Solar.
"A descoberta de água em um asteróide do tamanho do encontrado
significa que planetas habitáveis existiram e talvez ainda existam tanto
no sistema da estrela GD 61 como nos de outras estrelas", diz, na
divulgação do estudo, o cientista Jay Farihi, de Cambridge.
Para ele, o asteroide encontrado dá pistas de que o número de planetas semelhantes à Terra seja grande.
"Esses blocos de rocha e os planetas que eles um dia formaram podem ser
até comuns, já que um sistema não cria asteróides sem criar também
planetas. Definitivamente há potencial para que no sistema do qual vem
esse asteróide existam planetas habitáveis", resume o pesquisador.
Fonte: UOL
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