Tapejaríneos Tupandactylus também foi
encontrado no Ceará e tem a maior crista craniana conhecida para
qualquer animal. As cristas (craniana e mandibular) são características
dos tapejaríneos
Mandíbula de Aymberedacty-lus cearenses foi descoberta no Ceará
Pesquisadores do Museu Nacional vinculado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) descobriram uma nova espécie de pterossauro, que recebeu o nome de Aymberedactylus cearenses. A novidade foi publicada no periódico PLOS, após análise do fóssil de uma mandíbula do animal, coletado quase intacto na Chapada do Araripe (CE).
Os pterossauros foram répteis voadores que viveram no mesmo período que
os dinossauros --eles têm ancestrais em comum e são parentes próximos,
mas de linhagens evolutivas diferentes.
O material foi
doado por um paleontólogo ao museu e ao estudá-lo notamos que se tratava
de um novo pterossauro que viveu durante o período Cretáceo, a mais ou
menos 110 milhões de anos
Rodrigo Vargas Pêgas, pesquisador do Museus Nacional que participou do estudo
A mandíbula está quase completa, mas perdeu parte da crista, característica do pterossauros.
"Todos possuíam uma crista, como uma crista de galinha, mas era óssea e ficava ligada a mandíbula", explica o especialista.
Os pesquisadores ainda debatem sobre a real função do osso --não há um
consenso, mas uma das hipóteses é que ele era usado para o cortejo entre
machos e fêmeas.
Entre os pterossauros existia o grupo dos tapejaríneos, ao qual o Aymberedactylus cearenses
pertencia. Inclusive, segundo Pêgas, os primeiros tapajaríneos foram
descobertos no Brasil, que é um território relativamente rico em
descobertas de pterossauros.
"Em nosso país já foram
encontrados mais de 30 psterossauros, e a maioria no Ceará. Entre essas
descobertas estão os primeiros tapejaríneos. E, para se ter uma ideia,
das dez espécies da subfamília registradas pelo mundo, cinco foram
encontradas aqui", conta.
Outros animais da subfamília também já foram encontrados em países como China, Espanha e Marrocos.
Além da crista, os animais tinham em comum a ausência dos dentes, que
provavelmente perderam durante a evolução, como aconteceu com as aves.
"O bacana da descoberta do Aymberedactylus cearenses
é que notamos que a espécie é primitiva e ainda não conta com uma
anatomia especializada que espécies mais recentes tinham. Com isso
conseguimos estudar a morfologia única do grupo e descobrir quais
mudanças e adaptações aconteceram", diz Pêgas.
Uma mudança
marcante foi encontrada, claramente, na mandíbula. Os pterossauros da
subfamília tapejaríneos que viveram depois da espécie recentemente
encontrada tinham a mandíbula curva e curta, formato que sugere uma
alimentação rica em frutas. Já a Aymberedactylus cearenses,
mais primitiva, contava com uma mandíbula com curva suave e mais
cumprida, ainda não especializada e "adaptada" para um animal frugívoro.
O estudo, que também teve a participação de Alexander Kellner, do
Museus Nacional, e Maria Eduarda Leal, da Universidade Federal do
Ceará, não conta com uma reconstrução da nova espécie descoberta em
vida, uma vez que não foi possível certificar como era o crânio do
animal. Porém, já se conhece a estrutura de alguns outros tapejaríneos,
como o Tupandactylus, também encontrado no Ceará e o animal com a maior crista craniada conhecida.
Fonte: UOL
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